Febre das corridas: USP vira point de esporte do momento

Espaço arborizado e terreno plano convida paulistanos a correr na Cidade Universitária

Foto: Lucas Lignon/JC

Por Artur Abramo*

Com campus de aproximadamente 3,7 km², mais que o dobro do tamanho do Parque Ibirapuera, a cidade universitária consolidou-se como um dos principais pontos para a prática de corrida na capital paulistana. A busca por um estilo de vida mais saudável tem feito as pessoas procurarem outras opções além das academias lotadas. O relevo plano em boa parte da universidade, a arborização e a tranquilidade do trânsito são atrativos para os atletas.

Especialistas em saúde e bem-estar destacam que correr em ambientes naturais, como os oferecidos pelo campus da USP, pode proporcionar  impacto positivo adicional na saúde mental. O estudo Exposição a Áreas Verdes e Saúde Mental: Evidências de Estudos Epidemiológicos, publicado por Dr. Pablo Saldiva, médico e professor da Faculdade de Medicina da USP, em 2021, conta  sobre como o contato com a natureza está associado à redução do estresse.

O professor de educação física Plínio Cotta cita os benefícios cardiovasculares da prática e conta que descobriu nelas “um aliado para perder peso”. Para ele, as corridas foram a forma  de emagrecer por meio de uma atividade física fora da musculação. O esporte também mudou a maneira dele enxergar este processo.“Passei a sentir prazer em lutar por esse objetivo”.

Divulgadas por influenciadores e grandes marcas, as corridas de rua ganharam apelo entre o público geral. Ainda assim, a valorização recente do esporte não se deve a um único motivo. Para Raquel Carvalho, ex-aluna de Relações Públicas da USP e apreciadora das corridas, a praticidade é o que mais chama atenção.  “É um dos esportes mais democráticos que existe, já que você não precisa de quase nada para praticar”, explica.

A variedade de opções de corridas também é um atrativo. Um dos principais trajetos estabelecidos acontece no trecho ao lado da raia olímpica, que compreende uma pista de cerca de 2,5 km. Para quem se desafia a fazer distâncias mais longas, como Raquel, existem outros espaços. “Vou improvisando o caminho, entrando nas ruas e acompanhando no relógio, mas tento sempre voltar para o ponto de começo da raia, que é onde eu pego o ônibus ou estaciono o carro.”

Embora a compra de material esportivo seja incentivada pela cultura do consumo, amplificada pelas redes sociais, Raquel e Cotta concordam que “deixa caro quem quer”. Isso porque, segundo o educador, é possível encontrar calçados adequados para a prática na faixa de R$ 100 a R$ 200. “Vendem relógios, acessórios e suplementos, mas nada disso é necessário”, completa a corredora.

Comunidade e eventos

Outro aspecto levado em consideração é o envolvimento da comunidade universitária com a prática esportiva. A USP realiza regularmente eventos e competições, que atraem não apenas alunos e funcionários, mas também o público externo.

O Circuito USP de Corridas, por exemplo, é um evento organizado ao longo do ano com provas distribuídas em diferentes campi da universidade aberto para comunidade interna e externa. No dia 19 de outubro será realizada mais uma etapa na capital, com a 61ª Volta da USP de São Paulo.

INSCRIÇÕES NO SITE: www.cepe.usp.br
Comunidade USP: de 2 a 20/09, das 8h às 18h
Comunidade externa: de 23 a 27/09, das 8h às 18h

*Com edição de Marina Giannini